Hoje o comentário estava espalhado por
todos os (re) cantos. Aliás, hoje não, há vários dias que a cidade se mobiliza
para a chegada de dom Paul McCartney.
Mobilizar lembra movimento,
portanto, agora fiquei na dúvida se é essa mesmo a palavra correta, afinal a
querida Terra do Sol está parada, principalmente no entorno do estádio
recém-inaugurado para a Copa onde ocorrerá o show dessa noite.
A novidade é antiga. Tanto já se
falou sobre o trânsito caótico de Fortaleza que não há mais o que dizer, mas um
fato me chamou a atenção: apenas quem portar ingresso terá acesso às ruas nas
imediações do Castelão – querido estádio! Mas, e a população que mora perto e
que vai chegar tarde do trabalho depois de um cansativo dia? A engenharia de
tráfego já tomou as devidas providências, posso ficar tranquila.
A única coisa que me inquieta hoje –
amanhã terá passado? – é que as pessoas me perguntam se vou ao show. Não, não gosto
dele, gosto dos Beatles e, mesmo assim com ressalvas, afinal, nasci um dia
depois do assassinato do John, então, quando descobri na adolescência, fiquei
complexada: matei o John! Se não tivesse nascido não haveria “um dia antes” e
ele ainda estaria vivo. Pobre adolescente que fui! Apareça alguém para dizer
que o mundo não gira ao redor do seu umbigo!
Paul, preciso confessar-te: mamãe,
beattlemaníaca que é, culpa você pela morte do John. Por isso, também, não posso
ir ao teu show.
Saudades do John, de outros tempos
que não vivi, que não conheci.
Não, não vou, Paul!
(Fortaleza, 09 de maio de 2013)
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